11/11/2008

A NOSSA COLECÇÂO DE CROMOS (1)


UM MINISTRO ATRAPALHADO COM A TRAPALHADA DO CÓDIGO DE TRABALHO!
In 'Expresso' de 08-11-2008

09/11/2008

BASTA A UM GOVERNO INSENSÍVEL E DE MENTIRA!




O Secretariado, na sequência do acompanhamento que tem prestado ao mercado de trabalho e ao movimento dos trabalhadores no Distrito, debruçou-se sobre os números reais do desemprego e dos efeitos colaterais nas pessoas e na sociedade, e não é por termos um Primeiro-Ministro habilidoso na manipulação dos números, quer falemos de desemprego, de orçamento ou de investimento, que o país deixa de regredir e a crise económica (que está a “dar um jeitaço”) explique tudo, longe disso!

Os números do Distrito são “assustadores” destacando-se negativamente do panorama nacional. Com base em dados do primeiro semestre de 2008, os novos desempregados em Braga aumentaram em mais de 30%, com especial relevo para os concelhos de Braga, Amares, Terras de Bouro e Vila Verde, fazendo com que a respectiva taxa de desemprego disparasse em 1,4%, a que se deve acrescer as mais de 2500 pessoas que estão classificados como “indisponíveis” para uma ocupação profissional mas que não deixam de ser desempregados.
Com estes números a crescerem diariamente não admira que o aumento da pobreza também tenha disparado no Distrito – o principal indicador de pobreza como o Rendimento Social de Inserção sofreu um aumento extraordinário em Terras de Bouro (82%) e de uma forma muito considerável em Guimarães (24%), Vila Verde (23%), Cabeceiras de Basto (18%) e Barcelos, Fafe e Braga com 15% cada – em termos absolutos o concelho de Braga lidera mesmo a lista de pobreza com mais de 4800 beneficiários do RSI, onde já foi ultrapassada a barreira dos 20 mil no Distrito.

Em face destes números será legitimo perguntar que políticas tem aplicado este Governo para combater ou atenuar este problema sócio-económico.
Será que se está a fazer tudo o que pode ser feito para que as empresas continuem a produzir em vez de fecharem portas?
Não serão estes problemas mais importantes do que as questões da agenda política e do calendário eleitoral do governo, que tem o ‘Magalhães’ como maior ícone?

Que respostas temos para os jovens entre os 25 e 35 anos, que representam mais de 30% do total nacional de desempregados, uma geração qualificada que vive pior do que os pais – licenciados, muitos com mestrados, mas que têm dificuldade em encontrar lugar no mercado de trabalho e quando o encontram é precário e o salário não lhes chega para as despesas.

A resposta será um código de trabalho marcadamente ‘neo-liberal’, num país que tem o 2º índice de emprego precário mais elevado da União Europeia, onde os novos empregos anunciados pelo Governo insistem nesta linha de precariedade fragilizando os trabalhadores (especialmente os jovens)?

Com o desemprego e respectivo índice de pobreza nestes termos não admira que em face dos problemas de exclusão social – com consequências alarmantes na criminalidade – estejamos a assistir a uma corrente emigratória como já não se via desde as décadas de 60 e 70, com mais de 200 mil portugueses, nos últimos 2 anos, a procurarem trabalho noutras paragens, em que entretanto alguns vão regressando, agravando ainda mais os números do desemprego. Um problema grave, sem cura nem sequer medidas paliativas!


[publicado no DIário do Minho de 3 de Novembro último]